Estou devendo aqui no Blog alguns posts contando um pouco de como decidi ir morar fora, como vim parar na Suíça e outros detalhes que acredito que muitos leitores do Blog se perguntam. Em breve esses artigos irão aparecer por aqui mas antes achei que seria interessante comentar alguns pontos sobre como foi a minha primeira viagem de visita ao Brasil depois que fui morar em outro país.
Saí do Brasil em janeiro de 2014 para ir estudar inglês na Austrália e desde então, com todas as mudanças que ocorreram na minha vida, como a mudança para a Suíça e o casamento, não tinha voltado ainda ao Brasil. Meus familiares vieram me visitar e esse foi um dos motivos pelos quais acabei prolongando a volta.
Mas finalmente comprei minha passagem para setembro de 2015 e estava muito ansiosa, afinal além de rever o meu país, a casa onde morava, seria também a primeira visita do meu marido ao Brasil.
Meu voo para o Brasil com conexão em Nova Iorque
Em relação às passagens, acabei não comprando voos diretos, propositalmente pelo fator preço e também por que eu queria aproveitar a conexão para conhecer algum país que ainda não tivesse visitado e foi por isso que me decidi por um voo pela American Airlines com uma conexão relativamente longa em Nova Iorque.
O único detalhe que só fui perceber alguns dias antes da viagem é que a minha data de chegada em Nova Iorque era simplesmente 11 de setembro. Excelente data para a minha primeira vez nos Estados Unidos, não? Mas felizmente correu tudo bem e até mais tranquilo do que eu imaginava. O pessoal da alfândega foi simpático, tanto na ida como na volta,( Sim, meu voo de volta para Zurique também tinha conexão em Nova Iorque) e não tive problema com as malas ( apenas abriram na volta para Zurique mas nada foi retirado. As malas foram abertas pela Polícia Federal).
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A vantagem de ter pego um voo longo como esse foi mesmo poder ter conhecido Nova Iorque por algumas horas, já que nunca havia estado por lá. Na ida para ao Brasil a conexão era menor, cerca de 8 horas por conta disso não aproveitamos muito até porque resolvemos ir de táxi até Manhattan e o trânsito estava terrível. Nesse dia ficamos apenas pela região da Times Square, porém na volta para Zurique a conexão era de 12 horas, e resolvemos utilizar o airtrain e metrô, o que nos economizou dinheiro e tempo. Assim conseguimos passear por mais lugares como a Quinta Avenida e o Central Park.
Eu gosto de fazer isso, de aproveitar o stopover numa cidade e assim conhece-la, porque a passagem para Nova Iorque, nesse caso, se você for pensar saiu de graça e assim meu passaporte ganhou um novo carimbo:). Mas admito que os voos foram muito longos e cansativos e que não repetiria essa aventura.
Ah! Esqueci de citar um fato que foi encontrar pessoalmente uma blogueira, a Simone do Flashes de Viagem, no mesmo voo de SP a NY, e mais coincidência ainda ela e a família sentar apenas uma poltrona à nossa frente! 🙂
A crise no Brasil, os preços em São Paulo
Por ter ficado praticamente 2 anos fora do Brasil, apesar de acompanhar as notícias eu não tinha realmente noção do que estava acontecendo no país e posso dizer que acabei levando um choque, por diversos fatores e um deles realmente é a crise. Fiquei impressionada com o preço das coisas. Em menos de 2 anos tudo duplicou ou triplicou de preço e alguns produtos estão custando até mais do que aqui na Suíça, convertendo a moeda, como um molho de tomate italiano que vi num mercado perto da casa dos meus pais. Totalmente absurdo. O custo de vida no Brasil, e quando falo a Brasil me refiro à cidade de São Paulo, que é onde morei a minha vida toda, cresceu muito e as notícias não mentem, muitas empresas e lojas fechando por falta de condições de manter os empregados ou de lidar com essa crise, que fez com que o comércio decaísse.
Restaurantes e bares estão com preços muito mais altos do que eu me lembrava e isso também me assustou.
Minha passagem pelo Rio de Janeiro
Como era a primeira visita do meu marido ao Brasil claro que incluímos o Rio de Janeiro no roteiro, para mim um dos destinos imperdíveis para os “gringos”. Porém chegamos lá na cidade na segunda feira logo após aquele arrastão histórico que aconteceu nas praias da zona sul e o clima estava super tenso. Pela primeira vez realmente senti medo de estar na cidade, de andar pela rua, e acabamos não fazendo vários passeios que gostaríamos, por conta disso =( . Mas inegavelmente a cidade é linda e impressiona.
Revisitando cenas do meu antigo cotidiano e reencontros
O objetivo principal da viagem com certeza foi reunir a família e admito que foi muito engraçado entrar na casa onde morava e ver o meu quarto depois de quase 2 anos. Da mesma foram foi estranho também, um misto de sentimentos, andar pelas ruas do bairro onde morava, andar de metrô, enfim passear pela cidade que eu morei a vida toda e fazer e agora não moro mais. Por um lado, pude matar a saudade de várias coisas e por outro lado, me stressei muito e me lembrei porque eu escolhi não morar mais lá.
Tive a chance de reencontrar com alguns amigos, até alguns que não via há muito tempo e foi bem legal saber que eles estavam a fim também de encontrar comigo, apesar da distância que inevitavelmente muda as coisas.
Enfim, a situação atual do Brasil me deixou um pouco triste, porque eu sou brasileira, onde cresci e morei toda a minha vida e minha família ainda mora lá. Minha ligação com o país nunca vai deixar de existir e por conta de estar morando fora talvez eu consiga enxergar mais claramente diversos problemas que eu sempre lidei mas que parecem estar piores como falta de segurança, corrupção, falta de oportunidades no mercado de trabalho e diversos outros. Mas também estava pensado que por ser minha primeira volta ao país desde ter saído, seja normal esse “choque” de realidade e por isso até decidi escrever esse post que saiu como um desabafo e até uma forma de organizar meus pensamentos e seguir minha vida daqui pra frente até a próxima vista ao Brasil.
Meu objetivo é que de forma alguma eu me torne uma pessoa arrogante, como muitos brasileiros que conheço que por estarem morando fora desdenham do país e dizem nunca mais querer voltar. O que eu acho é que não sabemos nunca o dia de amanha e como disse, minha ligação com o Brasil nunca vai morrer, portanto ao invés apenas de apontar problemas, eu prefiro acreditar também que tudo pode mudar e procuro focar também nos pontos positivos. Aliás depois dessa viagem também voltei enxergando defeitos na Suíça, e sentindo falta da espontaneidade brasileira. Acho que isso acaba acontecendo com muito brasileiro que mora fora, visita o país e volta para o lugar que agora é sua casa. Na minha opinião o ideal é tentar juntar os pontos positivos dos dois países e assim seguir a vida em frente porque morar fora é também um recomeço e exige muito aprendizado!
Então posso falar que com certeza a viagem teve um saldo positivo porque consegui mostrar ao meu marido o lugar onde vivi, vistamos juntos diversos pontos turísticos e acho que consegui fazê-lo enxergar também os pontos positivos do Brasil e também da Suiça, porque quando moramos em um país. temos a tendência de reclamar mais do que ter consciência do que é bom, por isso sou da opino de que viajar sempre “abre a mente” e nos faz ter uma percepção maior e melhor sobre o mundo, a vida e as pessoas.
Oi Monique, tudo bem?
Estava lendo sua postagem da visita ao Brasil.. É realmente as coisas aqui não andam nada boas, muita corrupção escancarando o nosso sistema político de governar.
Nunca foi um mar de rosas, mas se colocarmos uns 15 ou 20 anos atrás a coisa era melhor, acho q o que mais assusta é a violência que tomou todo o país.
Na teoria cheguei na metade da minha vida e não vejo luz no fim do túnel.. Embora a nossa “presidanta” diga q há hahahaa
Com relação as pessoas q desdenham qdo estão fora, acho um pouco falta de personalidade, por mais que tenhamos tudo isso q mencionou na sua visita.. Acho q o pessoal “q cospe no prato q comeu”, devia descer do salto, pois é como vc mesmo disse, não sabemos o dia de amanhã.
Mesmo com tantos problemas, somos um povo alegre, sem pensamento em guerra, tirando a guera do dia a dia é claro.. rrss
Grande abraço!